sábado, 27 de abril de 2013

Diário da insanidade

Algo que chega aos sentidos neste instante, me cruza a mente- silencio o som, quero ouvir-me por dentro: Posso até amá-los por momentos, ou que os momentos se prolonguem por dias e anos. Mas eu sei que um dia, inevitavelmente vindouro, terei de matar esses corações, assim friamente como quem espreme uma nectarina com a mão. Ou então- e porque não?- recortar apenas o espaço onde o meu tom se entranhou transformando aquela batida numa outra, mais minha que sua. Vocês devem estar a perguntar-se porquê. Simplesmente, porque os corações ao mesmo ritmo não igualam mentes na mesma frequência. (...) 
                                                                            Iolanda Oliveira, in her own diary

terça-feira, 23 de abril de 2013

Silence's echo

Tomorrow’s day, it suddenly

Melted away along with her dreams

She just wanted to go home

Though, she has none.



In the middle of a giddy bridge

She heard the birds on the silence’s echo

And looked around to find her love

She had none.



While the city lights sheltered her skin

The rain messed up her hair.

She burned her pale wrist with her daddy’s

Lighter. She didn’t care.

                                                                                                         Iolanda Oliveira
 

domingo, 21 de abril de 2013

Percorro-te com o beijo de um olhar
És feito de pedaços de céu-
Num dia de Agosto.
Pudesse eu tocar-te as feridas que...
Deves ser do mais belo quando choras.

Esqueço-me do passado
Quando me vasculhas de vergonhas.
Somente de verdade és feito,
À parte daquilo que escondes.

Gostaria que te sentasses aqui-
Agora- e me roubasses o lápis-
Da mão- como me roubas a 
Atenção. 

Bloqueio.
Não sei que dizer-te senão
Que te queria-
Mais perto- e tocar o céu fechado
Com as pontas dos dedos ou...
Com a ousadia de um beijo.

É pedir muito, eu sei.
É desperdiçar papel com o que nunca
Te direi. Mas, olha-me:
Sou escritora.
E tu, eterno agora. 

                                                                                                    Iolanda Oliveira

A cor do céu de hoje

     Entro no café e sento-me numa mesa ao pé da janela de onde se avista a praça. Pessoas percorrem os caminhos das suas rotinas de passo certeiro e cabeça baixa. Sabem de cor os tons da calçada, mas nenhuma delas sabe a cor do céu de hoje. (...)
    Retomo a atenção para a folha ainda em branco, porém, não tão em branco como o mundo que, mesmo colorido, está tão pouco escrito. Conto as pessoas que entram e saem do café, quantas delas, questiono-me, terão o coração pintado de palavras ou escrito com imagens, como a cor do céu de hoje?

Anoitequece

Anoitece em chamas
Trago farrapos de lume em mim
Não devias querer arder
Aqui dentro,
Embora eu queira queimar-te a pele
Em caminhos onde se entra
Somente com o arrastar de um beijo. 



                                                                                     Iolanda Oliveira