Parece que ando a dormir com os lobos,
tudo não faz sentido, fecho os olhos
sinto-me tão pequena, a lua
cheia de crateras e mares e oceanos
não interessa.
Desaprendi de chorar quando soltei o primeiro uivo
nas àrvores que tinham buracos nos troncos
como nós.
A saliva escorre das nossas bocas.
desaprendi de mim quando me escrevi em pedra
as promessas que faziam sentido
e tudo agora
não faz.
A neve gira e gira e gira em torno dos nossos flancos
quando arrefecemos
e escutamos o som do tempo a passar nos nossos pulsos
dois corações
e meia vida.
Uivas à lua como se ela brilhasse em mim
é tarde quando se solta a tua besta e te rasga o ar
há algo que se dissipa da tua natureza.
Não tenho medo.
guardei os anos dentro de um poço
quando nada fazia sentido e agora tudo
não faz.
iolanda oliveira
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